Em 1981, o mundo celebrou os 30 anos da epidemia da Aids. Naquele ano, foram notificados os primeiros casos da doença que causava imunodeficiência severa e afetava especialmente homens gays. Mas foi em 20 de maio de 1983 que o cientista Luc Montagnier, do Instituto Pasteur, na França, isolou pela primeira vez o vírus causador da doença - uma história que ficou marcada pela rivalidade com o americano Robert Gallo, então ligado ao Instituto Nacional do Câncer dos EUA.
Desde o início da década de 1980, Montagnier e Gallo estavam debruçados em estudos para descobrir o causador da doença, transmitida sexualmente e por sangue contaminado. Ambos sabiam que se tratava de um retrovírus e chegaram a trocar amostras. Alguns meses após o relato do cientista francês, em abril de 1984, os EUA divulgaram que Gallo havia descoberto o vírus da Aids, e que ele seria diferente do identificado pelos pesquisadores franceses, que reagiram.
Descobriu-se, mais tarde, que o americano estava trabalhando com uma amostra que tinha sido contaminada no laboratório de Montagnier. No final das contas, o mérito da descoberta acabou dividido entre o Instituto Nacional de Saúde dos EUA e o Instituto Pasteur.
Só em 2008, contudo, que a disputa teve um ponto final, com a entrega do Nobel de Medicina a Montagnier e sua colega, Françoise Barre-Sinoussi. Os cientistas franceses foram gentis e disseram que Gallo era igualmente merecedor do prêmio. O americano também foi educado e parabenizou a dupla pela "honraria".
Três décadas depois, a Aids continua a ser uma doença sem cura, que causou a morte de mais de 30 milhões de indivíduos. Apesar dos avanços inegáveis no que se refere ao tratamento e na qualidade de vida dos pacientes, a Unaids (departamento das Nações Unidas voltado para a doença) alerta que há 34 milhões de pessoas convivendo com a enfermidade no mundo. E que, em países em desenvolvimento, ainda há muita gente sem acesso aos antirretrovirais.
fonte: UOL
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