Um filme sobre o relacionamento entre o extravagante pianista Liberace e seu jovem amante deslumbrado, apresentado no Festival de Cinema de Cannes nesta terça-feira, jogou os holofotes nos direitos dos gays durante o maior evento anual da indústria do cinema.
O diretor Steven Soderbergh disse ter lutado cinco anos para conseguir financiamento para “Behind the Candelabra” porque alguns investidores achavam que o filme somente teria apelo para um audiência gay e, ao custo de 25 milhões de dólares, seria um risco financeiro.
Por fim, ele obteve a verba do canal de TV a cabo HBO, da Time Warner, e fez o filme com Michael Douglas no papel de Liberace e Matt Damon como Scott Thorson, com quem o pianista manteve um romance secreto por cinco anos.
Soderbergh disse ser coincidência o fato de o filme estar sendo lançado durante um debate mundial sobre os direitos dos gays e casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas admitiu que isso foi muito oportuno.
No mês passado, a França se tornou o 14º país a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, uma iniciativa adotada nos Estados Unidos por 12 Estados e o Distrito Federal. Liberace foi uma grande celebridade, mas negava publicamente sua homossexualidade, já que na época ser gay era um grande tabu.
"Ao fazer o filme, o aspecto sócio-político disso não estava de fato em minha mente, mas eu me concentrei em ... tentar tornar esse relacionamento o mais crível e realista que eu pudesse", afirmou Soderbergh em entrevista à imprensa, tendo ao lado Douglas e Damon.
“Quando esse assunto vem à tona, de direitos iguais para os gays, eu fico esperando que daqui a 50 anos estejamos olhando para trás e perguntando por que isso foi sequer debatido e por que levou tanto tempo.”
Douglas e Damon disseram que estavam ambos ansiosos por trabalhar com Soderbergh, que anunciou seu plano de se aposentar do cinema depois deste filme.
Os dois também ficaram impressionados com o roteiro baseado na autobiografia de Thorson, “Behind the Candelabra: My Life with Liberace” (Atrás do Candelabro, Minha Vida com Liberace), lançado em 1988, um ano depois da morte do pianista, aos 67 anos, em consequência de doenças relacionadas com a Aids.
No filme, Thorson, um ingênuo camponês de 18 anos, do Estado do Wisconsin, conhece Liberace, de 58 anos, em Las Vegas, em 1977, e vai viver com ele, desfrutando de um glamuroso estilo de vida, com champanhe, carro luxuosos e roupas espetaculares.
Uma irreconhecível Debbie Reynolds faz o papel da mãe de Liberace, Frances, enquanto Rob Lowe é o cirurgião plástico que opera Liberace e Thorson.
O relacionamento começa a se deteriorar quando Thorson se torna dependente de drogas e, para financiar o vício, vende joias que Liberace lhe presenteou. Liberace busca então outros homens mais jovens para saciar sua voracidade sexual.
fonte: Extra
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