Coronel da Polícia Militar e ex-deputado, Paes de Lira, agora no DEM, critica recuo de João Campos, que retirou seu projeto da pauta
Autor original do projeto batizado de "cura gay", o ex-deputado e coronel da Polícia Militar de São Paulo, Paes de Lira (ex-PSC e agora no DEM) disse estar decepcionado com o comportamento de João Campos (PSDB-GO) em recuar e retirar a proposta de tramitação, como fez essa semana. Paes de Lira foi deputado federal na legislatura anterior —assumiu a vaga do estilista Clodovil — e apresentou esse projeto em 2009, quando era do PSC, mesmo partido de Marco Feliciano. Lira não foi reeleito e, então, João Campos reapresentou o mesmíssimo texto, o que é permitido. Paes de Lira disse que há uma "ditadura gay" no país e afirmou que, quando deputado, nunca conseguiu que seu projeto entrasse na pauta da Comissão de Direitos Humanos, então controlada pelo PT, partido contrário ao projeto.
Derrotado nas eleições para vereador, no ano passado, Paes de Lira voltou, temporariamente, para a Polícia Militar paulista, há vinte dias. Ele foi sorteado, entre os oficiais da reserva, para integrar o Conselho de Justiça Militar da PM, para julgar o caso de um coronel. Só oficial julga oficial. Por isso, sua filiação partidária foi suspensa. Mas logo que ocorrer esse julgamento, ele volta a ser considerado filiado e pretende disputar a eleição para deputado federal ano que vem.
— Não tem nada de cura gay. Um argumento muito utilizado é que o homossexualismo (sic) não é doença. De fato não é, foi retirado do código como patologia há alguns anos. Mas se mantém como um distúrbio comportamental. Ora, e psicólogo não pode tratar esse distúrbio? — disse.
Ele disse ainda que apresentou o projeto em função da "perseguição" contra a psicóloga Rosângela Justino, que atendia homossexuais. Ela foi atingida pela portaria de 1999 do Conselho Federal de Psicologia que proibiu esse tipo de tratamento.
— A resolução do conselho visou atingir essa psicóloga, uma brava mulher brasileira, que merece todos os elogios. A ditadura gay que existe no Brasil passou a persegui-la — afirmou o ex-deputado. — Ela atendia homossexuais que a procuravam, nunca fez proselitismo. Essa estrutura gay é muito forte e com muito dinheiro — disse.
Paes de Lira criticou a postura de João Campos, que retirou o projeto de pauta alegando que seu partido estava contra o texto.
— Acho que o deputado João Campos deveria ter se mantido firme e com o projeto em tramitação. O debate é importante, visa restabelecer o direito violado dos psicólogos do país, que desejam exercer sua profissão livremente. Fiquei decepcionado porque ele não firmou o pé e levou a votação até o fim. Vamos deixar votar democraticamente. O Congresso está lá para isso — disse Paes de Lira.
fonte: O Globo
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