O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, pastor Marco Feliciano (PSC-SP), decidiu cancelar a reunião marcada para quarta-feira (8) que votaria projeto que permite psicólogos promoverem tratamento com o fim de curar a homossexualidade.
O deputado atendeu a um pedido do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Os dois se reuniram na noite de hoje.
A justificativa oficial é que a Casa deve passar por um dia tumultuado, e diante dos protestos enfrentados por Feliciano há riscos de segurança para os parlamentares.
A reportagem apurou que a ideia de Alves é ganhar tempo para tentar avaliar melhor a situação dos projetos polêmicos que estão na comissão.
A assessoria do deputado informou que a pauta apenas foi transferida para a próxima quarta-feira (15).
Antes do encontro, Feliciano conversou com jornalistas e garantiu que a pauta estava confirmada porque não poderia engavetar projetos.
O pastor disse que seria covardia não tratar da proposta. Ele já falou em colocar também em votação outra proposta lançada por movimentos ligados a comunidade gay que prevê uma consulta à sociedade sobre o casamento homoafetivo.
A comissão é dominada por parlamentares ligados a segmentos religiosos, especialmente evangélicos.
Feliciano negou que a discussão sobre a chamada "cura gay" seja uma provocação aos ativistas, que há mais de dois meses o acusam de racismo e homofobia e cobram sua saída do posto.
O pastor acusou parlamentares petistas, que abandonaram a comissão por conta de sua presença, de manobrarem para levar o projeto para o colegiado. O texto quer sustar parte de resolução do Conselho Federal de Psicologia que proíbe o tratamento psicológico com o objetivo de curar a homossexualidade.
Segundo Feliciano, apenas o Brasil conta com uma resolução nos moldes da que foi editada pelo Conselho Federal de Psicologia.
"Não fui eu quem trouxe o projeto para a comissão. Existe um jogo político. Estava na Comissão de Seguridade Social, quando viram que ia perder, trouxeram para cá. Aqui era o reduto deles, e de repente veio para outro partido", disse.
Protesto
Mais cedo, ativistas promoveram em frente ao Congresso um novo protesto pela saída de Feliciano.
Um "sósia" do deputado circulou pelo gramado ao lado de placas que indicavam 10 motivos para que não permaneça no comando da comissão.
Eles pediram ao PSC que retire apoio ao deputado, mas a cúpula do partido permanece dando sustentação ao pastor.
fonte: Folha de S.Paulo
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