Deputado foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos. Manifestantes e grupo de deputados pede a saída dele da presidência.
Centenas de manifestantes entraram na tarde desta terça (12) no prédio da Câmara dos Deputados para fazer um ato contra a eleição do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Casa. O protesto começou às 14h e durou pouco mais de uma hora.
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Pastor da igreja Assembleia de Deus, o deputado é alvo de protestos porque, em 2011, fez declarações polêmicas em redes sociais sobre africanos e homossexuais. Na negociação que resultou na partilha das comissões entre os partidos, a Comissão de Direitos Humanos coube ao PSC, que indicou o pastor de São Paulo para a chefia do colegiado.
Com faixas, cartazes e narizes de palhaço, os manifestantes tentaram promover o protesto no Salão Verde, o principal da Câmara, uma espécie de antessala do plenário, mas foram impedidos pelos seguranças no corredor que dá acesso ao recinto. Indignados, os militantes de movimentos sociais chegaram a deitar no corredor para tentar dificultar a entrada de parlamentares no plenário.
Antes, parte dos manifestantes acompanhou reunião de um grupo de deputados da Comissão de Direitos Humanos que decidiu ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar anular a sessão que elegeu Feliciano presidente da comissão.
"A gente veio aqui para conversar e o que encontramos: as pessoas foram barradas ao serem identificadas como integrantes de movimentos sociais. Estamos lutando pelo nosso direito de conversar dentro dessa casa legislativa”, reclamou a ativista feminista Tatiana Lionço, 36 anos.
Diante do princípio de tumulto, os deputados Jean Willys (PSOL-RJ) e Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) intercederam e, depois de uma conversa com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), voltaram com a informação de que os manifestantes poderiam se concentrar no Salão Branco, que fica no subsolo, em uma das entradas da Câmara.
Em meio a um "apitaço", os ativistas gritaram palavras de ordem como "Até o Papa renunciou. Felliciano, a sua hora já chegou" e "Feliciano, não é só você. Não queremos ninguém do PSC". Neste momento, dezenas de militantes continuavam ingressando no parlamento para engrossar a manifestação.
Os dois grupos, então, se concentraram no Salão Branco sob os olhares de Jean Willys e Manuela D'Ávila. No final do ato político, os manifestantes formaram uma roda no salão para debater a presença de Feliciano na comissão.
Líderes do grupo lembraram que, nesta quinta, no primeiro encontro da comissão sob a direção do pastor do PSC, devem ser apreciados projetos de lei que envolvem relações homoafetivas e racismo. Os manifestantes foram convocados a retornar no dia seguinte para promover novo protesto no plenário do colegiado de direitos humanos. "Amanhã [quinta], vai ser maior. Não aceitamos homofóbicos-racistas", entoaram os militantes.
Fazendo muito barulho e eguendo cartazes de protesto contra Feliciano, o grupo tentou, mais uma vez, se dirigir ao Salão Verde. Os seguranças do Legislativo, contudo, formaram um cordão de isolamento no topo da escadaria e impediram a passagem dos manifestantes. Para evitar tumultos, os organizadores do ato orientaram que a multidão deixasse o prédio do parlamento.
Entoando gritos de ordem, os militantes deixaram a Câmara e se reuniram nos gramados do Congresso Nacional. Em seguida, dispersaram pela Esplanada dos Ministérios.
fonte: G1
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