Os índices de mortalidade de homens casados com outros homens caíram expressivamente desde 1990, segundo estudo dinamarquês publicado nesta terça-feira (12) no International Journal of Epidemiology. Por outro lado, o grupo de lésbicas casadas é o que tem apresentado maior aumento nas taxas de mortalidade naquele país.
Por meio do registro civil, os pesquisadores acompanharam 6,5 milhões de adultos entre 1982 e 2011. Nesse período, 1,7 milhões de pessoas morreram.
Homens e mulheres casados com pessoas do sexo oposto tiveram as menores taxas de mortalidade do que qualquer outro grupo no estudo, incluindo as pessoas que ficaram viúvas, divorciadas ou solteiras.
Mulheres viúvas e divorciadas tiveram cerca de 1,4 e 1,6 mais probabilidade de morrer no período do que aquelas que se casaram com um homem, respectivamente, e as taxas de mortalidade para mulheres solteiras aumentaram ligeiramente entre 1982 e 2011 (de 1,5 a 1,7) em relação a mulheres casadas.
Viúvos tiveram uma vez e meia mais risco de morrer que homens casados com outros homens. Homens divorciados também tiveram risco de morte aumentado ao longo do período (de 1,3 para 1,7) em relação a homens casados. Para os solteiros, os números aumentaram de 1,2 para 1,7 entre 1982 e 2011.
Mesmo sexo
A Dinamarca implementou o casamento de pessoas do mesmo sexo em 1989. Alguns anos depois, os índices de mortalidade aumentaram bastante nesse grupo, mas as taxas começaram a cair a partir de 1996, provavelmente pelo advento de tratamentos eficazes contra o HIV. Homens casados com outros homens passaram a viver mais que homens solteiros ou divorciados.
Segundo os pesquisadores, o casamento pode proteger contra os desafios de ser gay, ou então homens gays mais saudáveis são os mais propensos a se casar.
Em contraste, o estudo revela o aumento do risco de mortalidade entre mulheres casadas com outras mulheres. "Desde o ano de 2000, lésbicas casadas tiveram taxas de mortalidade que são quase 90% maiores que as de mulheres casadas com homens na Dinamarca", disse o principal autor da pesquisa, Morten Frisch.
Segundo ele,"as lésbicas podem constituir uma população de alto risco para suicídio e câncer de mama e as descobertas mostram a necessidade de esforços para identificar os fatores responsáveis por isso e reforçar o acesso dessa população à saúde primária".
Em relação ao suicídio, aliás, os pesquisadores observam que indivíduos casados com outros do mesmo sexo têm risco maior que os casados com pessoas do sexo oposto.
Não é o casamento em si
O casamento costuma ser associado a redução de mortalidade. Mas os pesquisadores ressaltam que não se trata do status em si: o estudo revelou uma taxa de mortalidade duas vezes maior em pessoas casadas que não vivem com o cônjuge, um achado que não havia sido relatado antes.
Além disso, houve um salto na taxa de mortalidade de homens e mulheres heterossexuais que se casaram duas ou mais vezes durante o período de estudo. O aumento foi de 27% para as mulheres a cada novo casamento, e de 16% para os homens.
fonte: UOL
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