Cartolas da Federação Alemã são entusiastas do apoio a jogadores homossexuais
“É talvez o último tabu que os gays precisam derrubar”. É com esse pensamento que o sociólogo Gerd Dembowski, da Universidade de Hannover e consultor da DFB (sigla em alemão para Federação Alemã de Futebol), retrata a ausência de atletas homossexuais assumidos no futebol do país.
Especialista em xenofobia e discriminação no esporte, Dembowski faz parte de um grupo que formula desde 2012 uma cartilha encomendada pela DFP para encorajar os jogadores gays a saírem do armário.
“O guia será para os jogadores, para dirigentes e técnicos também. É para mostrar como eles podem sair do armário, como agir com a pressão da mídia. Mas mais do que os jogadores é para ajudar os dirigentes, os técnicos sobre o que eles devem falar, que mensagem devem passar. Estamos perto, acredito, dos jogadores assumirem”, afirmou Gerd Dembowski em entrevista ao UOL Esporte.
O documento foi encomendado pelo ex-presidente da DFB, Theo Zwanziger, um simpatizante na causa gay. Seu sucessor, Wolfgang Niersbach, manteve o projeto. O texto final deve ser concluído este ano.
“Se um jogador sair do armário será uma atitude valente e teria o meu apoio e da federação", afirmou Zwanziger em março de 2011. Um dos autores do guia anti-homofobia acredita que em até cinco anos o homossexualidade não será mais um tabu no país. “Até lá, acho, teremos jogadores assumidos”, diz Dembowski.
A Alemanha é um dos países que mais combatem a homofobia. O capital do país, Berlim, é governada por um politico assumidamente gay. O St. Pauli, clube da segunda divisão, já teve um presidente homossexual.
No futebol, porém, o tema ainda gera controvérsias. Em setembro de 2012 um jogador da Bundesliga, primeira divisão do Campeonato Alemão, deu uma entrevista a revista “Fluter” assumindo sua homossexualidade. A identidade do atleta, entretanto, foi mantida sob sigilo para evitar problemas na sua carreira.
“Não te preocupes”, afirmou na época a chanceler alemã, Angela Merkel, incentivando os homossexuais a não se esconderem. A posição contrasta com a opinião do capitão da seleção alemã Philipp Lahm. “Um jogador conhecido como gay iria se expor a comentários depreciativos”, afirmou o lateral.
fonte: UOL
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