O francês Didier Jambart, de 52 anos, vivia um casamento feliz até começar a tomar o remédio ReQuip contra o Mal de Parkinson, há sete anos. Agora, de acordo com o tablóide britânico “The sun”, a fabricante GlaxoSmithKline foi condenada a pagar ao paciente uma indenização de 166 mil libras, valor equivalente a 560 mil reais.
Jambart afirma ter virado um viciado em sexo gay depois disso: passou a se vestir de mulher e se expor na internet. Chegou, inclusive, a vender os brinquedos dos filhos para financiar jogos online e a se submeter a perigosos encontros sexuais, em que foi estuprado. Em depressão, ele diz ter tentado o suicídio três vezes.
Há 18 meses, ele havia ganhado na Justiça de Nantes o direito a receber 100 mil libras (R$ 337 mil), mas a Glaxo recorreu. Só que um tribunal superior, em Rennes, não só confirmou a decisão inicial, como aumentou o valor da indenização.
No tribunal, Jambart afirmou:
— No início, depois de tomar os remédios, eu tinha muita energia. Eu podia levantar às 4 da manhã e correr 10,5 km. Aí meu neurologista aumentou a dose e eu perdi o rumo. Descobri os jogos de aposta na internet, e no início era só diversão, mas logo me tornei um viciado. No total, perdi entre 60 e 90 mil libras (entre R$ 200 e R$ 300 mil).
Em novembro de 2005, o neurologista do francês aumentou a dose novamente, e o vício só piorou.
— Eu roubei cartões de banco dos meus amigos e colegas. Também vendi os brinquedos dos meus filhos e pedi dinheiro emprestado. Outras vezes, eu sentia necessidade de matar alguém — conta ele, que afirma ter sua sexualidade profundamente alterada: — Comecei a procurar sexo com homens e me exibir na internet. As pessoas ao meu redor não conseguiam entender o que estava acontecendo.
Ele só compreendeu que a alteração em seu comportamento tinha a ver com a medicação quando entrou num site canadense, que explicava os efeitos colaterais do ReQuip. Apesar de ter conseguido manter o casamento, Jambart diz que sua família passou a ser hostilizada na vizinhança.
— Não havia nenhum aviso desses efeitos colaterais nos remédios. Isso só apareceu nas embalagens em 2006, mostrando que os fabricantes sabiam dos riscos muito antes — analisa o francês, que comemorou a vitória depois de tanto tempo: — Hoje (quarta-feira) é um ótimo dia. Foi uma batalha de sete anos com nossos recursos limitados para provar que a GSK mentiu para nós e arruinou as nossas vidas.
A Glaxo se recusou a comentar o caso.
fonte: Extra Online
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