Agressão a vendedor de 22 anos ocorreu no sábado na The Week, em São Paulo. Gerente da casa noturna diz que denúncia de agressão ‘não procede’.
Um vendedor de 22 anos disse ter sido agredido e alvo de preconceito, por ser homossexual, por parte de seguranças da tradicional boate gay The Week, que fica na Lapa, Zona Oeste de São Paulo. O incidente, segundo ele, ocorreu na manhã de sábado (30). Diego Pontes Correia de Andrade e amigos se preparavam para deixar a casa noturna, depois de participarem da chamada Festa Gambiarra, por volta das 6h40.
Fernando Bertolini, gerente da The Week, afirmou ao G1 que a denúncia de agressão “não procede, de forma alguma” e que “não houve qualquer ocorrência” deste tipo no final de semana.
Segundo Andrade, a boate não utiliza o sistema de comandas individuais para marcar os pedidos separadamente de cada cliente. Desta forma, o frequentador é obrigado a comprar fichas no valor correspondente ao que irá consumir durante a balada.
“Quando estávamos saindo, minha prima voltou para trocar uma das fichas que tinha sobrado, de R$ 10, por alguma bebida. Os seguranças liberaram a entrada dela, pois a casa não devolve o valor do que não foi consumido”, afirmou Diego.
Depois de dez minutos, o primo foi até a porta para tentar obter informações sobre a namorada. A reação do segurança foi das mais inesperadas. “Ele disse para o meu primo: ‘Você vai ter de esperar a sua vagabunda aqui fora’. Daí o meu primo foi para cima do segurança para tirar satisfações pelo xingamento. Vieram outros seguranças e começaram as agressões. Nos retiraram a força de lá”, contou o vendedor.
De acordo com o jovem, os seguranças agrediam apenas as garotas e os gays do grupo. “Um deles me pegou com força pelo braço para me colocar para fora. Ele dizia para eu sair já que eu não iria fazer nada mesmo, insinuando que por ser gay eu não me envolveria na briga. O meu primo só foi atingido por um soco porque foi defender a minha prima”, disse.
Andrade, assim como a prima, sofreu escoriações e hematomas no braço. Nervosos, decidiram chamar a polícia. Quando os policiais militares chegaram, apenas o chefe da segurança se apresentou no local. Por isso, segundo o jovem, não foi possível fazer o reconhecimento dos agressores nem registrar boletim de ocorrência.
O desgaste do episódio fez Andrade perder o dia do trabalho e a prima, uma prova na faculdade no sábado. “Gastamos R$ 40 cada um para entrar e R$ 300 de consumação. Acho o cúmulo termos sido expulsos por causa de um tíquete de R$ 10 que sobrou. E nem recebemos um pedido de desculpas da boate. Era o mínimo que podiam fazer: um pedido de desculpas ou uma retratação. Afinal, eu costumo frequentar a casa. Quer dizer, costumava”, afirmou.
fonte: G1
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