Depois de ataques, nasce a Frente Paulista Contra a Homofobia, cheia de caras novas
Passado o susto das agressões homofóbicas na Avenida Paulista e a natural reação de protesto, quase todos os setores envolvidos com a população LGBT se reuniram em São Paulo na noite da última quarta-feira, 12, para formar uma frente de trabalho para combater a homofobia no Estado. A estratégia é formar grupos de trabalho específicos que dialoguem entre si e atuem em diversas áreas como segurança, mobilização e comunicação.
A Frente Paulista Contra a Homofobia começou a desenhar sua atuação primeiramente ganhando um nome, que acabou definindo também sua abrangência estadual, e reúne representantes de quase todos os setores envolvidos com o público LGBT. A série de ataques parece ter realmente assustado as pessoas e provocado nelas alguma reação, como observado na grande quantidade de caras novas na reunião, muitas delas se definindo apenas como cidadãs ou cidadãos, outras formando novos grupos militantes.
“Achamos necessário criar uma Frente que tivesse como característica principal a formação da militância. pessoas que não participam da causa”, esclarece Eduardo Piza Melo, do Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual (GADVS) e Instituo Edson Neris. Ainda segundo ele, a iniciativa não é partidária e “não tem dono”, uma boa forma de atrair ainda mais gente à militância.
Em uma união histórica para o movimento LGBT no Brasil, a Frente conta com a participação da Prefeitura de São Paulo, Ordem dos Advogados do Brasil paulista (OAB-SP), ONGs militantes, empresários, advogados, grupos virtuais, Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM), Universidade de São Paulo (USP) e cidadãos e cidadãs, que se mostraram realmente animados para realizar um trabalho de incentivo à tolerância.
São novas caras que foram à reunião da última quarta com uma sugestão de pauta pronta, que, talvez por inexperiência, contemplava vários pontos já assistidos em outras iniciativas. “A gente não pode esquecer que tem uma luta nacional de anos”, lembra Beto de Jesus, do Instituto Edson Neris, ao ponderar que é preciso um alinhamento de discurso entre todos antes de qualquer ação.
Madura
A terceira reunião da Frente Paulista Contra a Homofobia está marcada para o próximo dia 29, em local ainda a ser definido. O principal objetivo é criar e já iniciar a atuação de Grupos de Trabalho (GT) específicos em vários setores que, unidos, formarão uma rede de combate à intolerância nos mais diversos setores.
Deverão ser criados GTs de Comunicação Social para atuar na relação com a Mídia; mobilização social para organização de atos como, por exemplo, beijaços e marchas; contra a homofobia no trabalho e na escola; institucional, para atuar junto ao Ministério Público, Assembleia Legislativa e Defensoria, para citar alguns; e um observatório da homofobia, que pretenderá fazer um mapeamento da situação de intolerância contra LGBT.
fonte: MixBrasil
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