Mais uma agressão por intolerância foi registrada na madrugada de ontem na região da Avenida Paulista. A analista de comércio exterior L.D.B., de 25 anos, foi empurrada e levou socos no rosto por causa de um beijo. É o quarto ataque desde 14 de novembro.
A analista estava com dois amigos, à 1 hora, em uma lanchonete na altura do número 900 da Rua Augusta quando viu uma garota que já conhecia.
"Ela atravessou a rua para falar comigo e a gente se beijou", relata.
No mesmo instante, um grupo com cerca de oito pessoas estava descendo a rua.
"Eram duas meninas que podiam ser facilmente confundidas com homossexuais. O grupo todo parecia no mínimo gay friendly", conta L. "Mas as meninas começaram a dizer: ´´Que nojo! Tenho nojo de lésbica!´´, e se afastaram."
A garota se foi e L. continuou na lanchonete. De acordo com ela, o grupo voltou, parou a cerca de meio quarteirão e as jovens começaram a falar alto, fazendo provocações. "Não sei que tipo de gente é esse. Tem de morrer. Tem de criar vergonha na cara", diziam, ainda segundo relato da vítima, que foi tirar satisfação.
"Quando perguntei qual era o problema, uma delas me empurrou e a outra me segurou.Aí elas me deram socos. Estou com um ferimento na testa do lado direito, meu olho esquerdo está roxo e minha boca também está machucada", enumera L.
Até a noite de ontem, a vítima não havia registrado queixa. "É necessário fazer boletim de ocorrência. Todas as pessoas que sofrem agressão devem procurar a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, que investiga os crimes de intolerância e está tentando identificar esses agressores", explica Adriana Galvão, presidente do Comitê sobre a Diversidade Sexual e Combate à Homofobia da Ordem dos Advogados do Brasil - regional São Paulo.
fonte: Cena G
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