Já foi o tempo em que produtos e serviços exclusivos para homossexuais causavam estranhamento ou eram encarados como uma forma de preconceito. Com o crescimento do mercado gay, a segmentação não só chegou para ficar, como tem atingido campos de atuação antes restritos a heteros. As novas oportunidades de negócios vão da internet ao varejo, passando pelo turismo de lazer, como mostra reportagem de Paula Dias publicada neste domingo no Boa Chance.
No embalo da onda de sites de compras coletivas, a engenheira Cibele Marques e a turismóloga Thaís Angelotti acabam de lançar o portal JellyG, que oferece promoções e descontos para o público GLS. Há apenas dois meses no ar, o site já soma cem mil usuários cadastrados.
As amigas - que se conheceram em 2003, durante um MBA na ESPM - ficam com 30% do valor arrecadado em cada promoção. No momento, o JellyG atua somente em São Paulo, mas o plano é expandi-lo para outras nove capitais até 2011.
- Como nós trabalhamos com um nicho específico de mercado, temos uma expectativa conservadora de atingirmos um milhão de usuários em dez capitais - arrisca Thaís.
Inspirada nas lojas de Castro, bairro gay de São Francisco, nos Estados Unidos, a multimarcas Cox vende roupas, acessórios e brinquedinhos sexuais para o segmento LGBT em Ipanema. Uma das razões que levaram a turismóloga Ana Quaresma a investir no segmento foi a percepção de que não há tantos estabelecimentos com esse perfil na cidade.
- Estamos falando de um segmento de negócios pouco explorado, com pouca ou nenhuma concorrência, e que apresenta um grande potencial de consumo - sustenta a empresária.
O bairro também abriga a Rio G, agência de turismo que oferece pacotes especiais para o público gay. Criada há cinco anos com foco no mercado receptivo, a empresa - comandada de perto pelos empresários Hércules Gusmão e Eduardo Lima - atende a estrangeiros que chegam ao Rio e também encaminha turistas brasileiros a destinos conhecidos internacionalmente por receber gays de forma hospitaleira.
- Os destinos mais procurados são os de praia e depois os culturais. A busca é maior pelos países europeus, onde há um enorme circuito de festas e o preconceito é menor. Infelizmente nem todas as cidades do Brasil estão preparadas para lidar com esse público - afirma Gusmão.
fonte: O Globo
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