Livros usados pelas escolas brasileiras pecam pela abordagem discriminatória da homossexualidade
O ensino religioso no Ensino Fundamental brasileiro estimula a homofobia e a intolerância. Foi isso o que concluiu uma pesquisa feita pela Universidade de Brasília e presente no livro "Laicidade: O Ensino Religioso no Brasil", lançado nesta semana na Capital Federal. De acordo com a pesquisa, a discriminação contra homossexuais é uma das mais presentes. Foram analisados 25 livros entre os mais usados para Ensino Religioso pelas escolas brasileiras, entre eles títulos das editoras Vida, Moderna, Edições Loyola, Dimensão, Vozes, Saraiva e Paulus Paulinas.
Frequentemente as pessoas homoafetivas são descritas como portadoras de "desvios morais", "doenças físicas ou psicológicas" e "conflitos profundos". Um dos títulos chega a afirmar que "o homossexualismo não se revela natural", enquanto outro apresenta a alunos com idades entre 11 e 15 anos uma bandeira do arco-íris e questiona: "Se isso (o homossexualismo) se tornasse regra, como a humanidade iria se perpetuar?".
Para Débora Diniz, antropóloga e uma das reponsáveis pela pesquisa, "o estímulo à homofobia e a imposição de uma espécie de 'catecismo cristão' em sala de aula são uma constante nas publicações". Já Tatiana Lionço, psicóloga que também participou da análise dos títulos, o grande problema é o fato de o Estado não monitorar o conteúdo dos livros religiosos usados pelas escolas do Brasil. "Não há qualquer tipo de controle. O resultado é a má formação dos alunos", considera. Ainda segundo Tatiana, o modelo do ensino religioso não costumar levar em conta a laicidade do Estado. "Se o Estado deveria ser laico, por que ensinar religião nas escolas? Se a religião for tratada na sala de aula, tem de ser de forma responsável e diversificada", afirma a profissional.
fonte: MixBrasil
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