Grupo do presídio Aníbal Bruno teria sido obrigado a raspar a cabeça por ser gay
Os 16 detentos que teriam sido obrigados a raspar a cabeça por serem gays foram isolados dos outros presos do presídio Aníbal Bruno por solicitação do promotor Marcellus Ugiette.
Um total de sete deles tiveram a cabeça raspada. A denúncia foi feita pela Pastoral Carcerária da Arquidiocesse de Olinda e Recife.
A Secretaria de Ressocialização já está investigando a denúncia. Segundo o promotor não houve participação dos agentes penitenciários, mas sim de presos da cela onde os homossexuais estavam.
"Um dos detentos homossexuais se envolveu numa briga com outros presos. Neste caso, tivemos a informação de que os próprios companheiros de cela rasparam o cabelo dele" informou o superintendente de Segurança Penitenciária, Isaac Wnaderley.
A Pastoral e o Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões (Sempri) já preparou um relatório que será encaminhado ao Ministério Público pedindo providências sobre o caso.
"É uma forma cruel de punição. Uma maneira de diminuir a pessoa. É um desrespeito brutal, um atentado à dignidade humana" disse sobre a gressão a coordenadora do Sempri, Wilma Melo.
A rotina de violência e humilhação por que passam os detentos homossexuais em Pernambuco já tinha sido constatada pela equipe do Centro de Referência Contra a Homofobia da ONG Leões do Norte. Em novembro de ano passado, os ativistas fizeram um levantamento sobre a situação de
15 dententos homossexuais do Aníbal Bruno.
Os dados mostraram que os presos homossexuais são abandonados pela própria família que não acompanha os processos. Ficam entregues a própria sorte e são humilhados frequentemente pelos outros detentos. Agora em 2010, o projeto será retomado em outras unidades prisionais.
O trabalho inédito no Nordeste é um grande desafio. "Significa abalar um universo machista e cruel em que esses homossexuais estão inseridos" explica um dos coordenadores do projeto Rildo Veras.
fonte: AthosGLS
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