por Carlos Tufvesson
Há 30 anos temos no Brasil movimento organizado de defesa dos direitos civis dos homossexuais que presta relevantes serviços à comunidade LGBT no País. Já tivemos grupos prestando assistência jurídica, psicológica, entre outros, pois, acreditem, num mundo regido pela heteronormatividade, não é fácil para ninguém ser gay e muito menos o processo de sair do armário e se assumir.
Além de lidar com o preconceito interno, que, às vezes, leva a taxas de suicídio entre adolescentes superiores à média da população, tem de lidar com a falta de entendimento de parentes e da população em geral sobre o que é a homossexualidade.
Ninguém nasce homossexual porque quer ou para ser “promíscuo”. Até porque não existe nada de promíscuo na homossexualidade. A não ser que exista na heterossexualidade e na sexualidade como um todo.
Ser homossexual significa que nossas relações de afeto e libido estão direcionadas a pessoas do mesmo sexo. Isso não é opção sexual, e sim orientação sexual pois já nascemos com ela.
A orientação sexual de uma pessoa não é algo “direcionado” que se opte por tê-la ou que se mude por sessão de descarrego ou chá de ervas de curandeirismo, ambos proibidos pelo Código Penal (art 284) diga-se de passagem. E muito menos é uma doença, tanto que a Organização Mundial de Saúde proíbe a qualquer profissional de tratá-la como tal, podendo perder seu registro.
Sendo proibido por lei, cientificamente comprovado, como podem nossas autoridades permitir a veiculação de ideias de cura da homossexualidade?
Essa coluna é dedicada a duas meninas agredidas em seus direitos civis num restaurante do Flamengo por terem manifestado seu afeto num estabelecimento comercial, o que, no Rio de Janeiro, é assegurado pela lei municipal 2.475 regulamentada em novembro de 2008.
fonte: O Dia Online
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