Financiamento e isenção fiscal para produções LGBT; espaço garantido na programação das redes de televisão; e prêmio para emissoras que contemplarem a homossexualidade de maneira positiva. Esses foram os três principais pontos levantados pelos GTs realizados durante a "Conferência Livre de Juventude e Comunicação", que aconteceu nos últimos dias 25 e 26 de setembro, no auditório da Agência Nacional de Águas, em Brasília
Articulada pelo Conjuve (Conselho Nacional de Juventude), o evento foi palco de discussões e sistematizou as demandas que serão levadas para a "Conferência Nacional de Comunicação", que acontece de 1 a 3 de dezembro, também em Brasília. A pauta gay só foi inserida nessa etapa do processo por conta da participação de representantes do Fórum Paulista de Juventude LGBT, Grupo E-Jovem e Rede de Comunicadores LGBT, que levaram as demandas desta população para o encontro.
A grande questão debatida foi a pouca representação positiva da homossexualidade na televisão e também a constante estereotipagem dos personagens gays na ficção, algumas vezes muito afetados. Além de os casais manterem sempre uma distância, não se beijarem, ou seja, não representarem a realidade. São inverossímeis.
Mesas
Na sexta-feira, 25, a mesa "Direito à Comunicação" foi comporta por Bia Barbosa, da rede Intervozes, que discutiu a importância na população no controle da imprensa, o professor da UNB, Fernando Paulino, que abordou os princípios da comunicação democrática e Renata Mielli, diretora de comunicação da Associação Vermelho. A abertura contou com a presença do Sub-secretário Nacional da Juventude, Danilo Moreira.
Durante a primeira discussão, Mielli ressaltou a importância do controle social na imprensa e resgatou o caso João Kleber. O apresentador teve seu programa suspenso e a Rede TV! foi obrigada a exibir 30 programas educativos e com abordagem positiva dos temas retratados no ar. Como penalidade, veiculou até discussão contra a homofobia. "É essencial aprovar mecanismos de controle social na Conferência Nacional", salientou Renata.
Ainda na sexta-feira foi discutida a questão das novas mídias e o impacto delas na comunicação. Fabrício Solanga, presidente da Associação de Software Livre, falou sobre os controles da internet. Bráulio Ribeiro, da Associação das Rádios Públicas do Brasil, também debateu.
Grupo
Na manhã do sábado, 26, os participantes integraram três grupos de trabalho que levantaram as propostas a serem levadas aos estados. Posteriormente, o material apresentado será usado para articulação e confecção de proposta final para a Conferência Nacional.
Houve uma grande dificuldade dos representantes LGBTs de emplacarem a representatividade do segmento nas propostas e, por isso, houve a inserção do tema em propostas que abordam outras populações, como a ideia de incentivo fiscal as produções que ampliam a comunicação voltada para negros, religiosos, mulheres e deficientes.
Durante a redação de uma das propostas, Davi Araújo, representante da comunicada evangélica, chegou a pedir que a palavra "evangélicos" não ficasse imediatamente após "orientação sexual e identidade de gênero".
fonte: A Capa
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