Cerimônia foi realizada ‘in extremis’, um dos noivos está com câncer em fase terminal
O primeiro casamento gay do Uruguai teve uma dose extra de emoção. Com um dos noivos enfrentando um câncer em estágio terminal, o Registro Oficial de Montevidéu dispensou os dez dias necessários de tramitação dos documentos e realizou nesta segunda-feira, primeiro dia de vigência da lei de matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, a união entre Sergio Miranda e Rodrigo Borda.
Os noivos chegaram ao cartório antes mesmo que as portas se abrissem. Miranda e Borda são jornalistas e vivem juntos há 14 anos. O diretor do Registro Oficial, Adolfo Orellano, contou ao “El Observador” que a doença de um deles levou à realização do casamento “in extremis” - quando as condições de saúde de um dos noivos não permitem que se realize o trâmite normal e fica condicionado à validação posterior. Orellano, no entanto, não revelou qual dos noivos estava doente.
Enquanto aguardavam para ser atendidos, Miranda e Borda atenderam a jornalistas locais e internacionais. Os dois são editores da revista Friendly Map, que é voltada ao público gay.
- Nos sentimos bem. A partir de hoje, começa-se a aplicar uma lei que elimina a discriminação. Ainda há muito para se fazer pelos direitos de gays, lésbicas, transexuais e bissexuais - disse Miranda.
Os dois foram os únicos que se apresentaram hoje para entrar com o pedido de registro de união. A lei foi aprovada pelo Parlamento uruguaio no último dia 10 de abril. A mãe de Borda comemorou a união.
- Para mim é uma alegria. Sinto que meu filho está feliz, realizado, que essa é a opção da sua vida. Isso era impensável há alguns anos - explicou Susana Charrié.
O governo de José Mujica apoiou, nos últimos meses, uma série de leis liberais no Uruguai, como a descriminalização do aborto e o projeto de legalização da maconha, que deve passar em breve pelo Senado, onde tem votos para ser aprovado.
fonte: O Globo
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