Porém, governo avisa que irá defender lei que proíbe propaganda gay durante o período do evento
O governo russo assegurou nesta quinta-feira, em carta enviada ao Comitê Olímpico Internacional (COI), que não discriminará os homossexuais durante a Olimpíada de Inverno de Sochi, marcada para acontecer entre 7 e 23 de fevereiro, na Rússia. Entretanto, avisou que irá defender a lei que proíbe propaganda gay durante o período de realização do evento, fato que gerou repercussão negativa internacional.
O COI recebeu uma carta endereçada pelo vice primeiro-ministro russo, Dmitry Kozak, na qual reitera que a Rússia cumprirá plenamente com as obrigações da Carta Olímpica, que proíbe discriminação de qualquer tipo. "A Federação Russa garante o cumprimento de suas obrigações diante do Comitê Olímpico Internacional em sua totalidade", afirmou Kozak.
Entretanto, o vice primeiro-ministro não recuou ao falar sobre a nova lei antigay em vigência na Rússia, que pune quem distribuir informação que pretenda persuadir menores de idade a acreditarem que relações "não tradicionais" são normais ou atrativas. A lei se aplica por igual a todos e "não pode ser vista como discriminação com base na orientação sexual", disse Kozak.
A lei antigay russa provocou fortes críticas internacionais antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi. Grupos de ativistas que defendem os direitos dos homossexuais promoveram a realização de um boicote por parte de alguns países ao evento, embora o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, tenham descartado recentemente a possibilidade de suas nações apoiarem este tipo de iniciativa.
Esta carta foi enviada pela Rússia ao COI depois que o presidente da principal entidade olímpica, Jacques Rogge, pediu para as autoridades russas explicarem a lei antigay e como ela poderia impactar os Jogos.
Ainda não se sabe se um atleta ou espectador da Olimpíada de Inverno poderá ser processado se fizer referência ao tema gay, como por exemplo exibindo uma bandeira com as cores do arco-íris, em solidariedade aos direitos dos homossexuais. E os atos políticos de qualquer tipo também são proibidos pelo COI.
Em sua carta, Kozak disse que a legislação russa não impõe nenhuma restrição à orientação sexual e enfatizou que a constituição do país proíbe a discriminação contra uma pessoa com base em sexo, raça ou religião.
fonte: Estadão
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