Para religioso, posição ameaça ligação entre a Igreja e o Estado. Primeiro-ministro inglês diz que apoia o cristianismo.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, está alienando cristãos promovendo o casamento gay, disse um ex-líder anglicano neste sábado (30). Em um artigo publicado no jornal britânico “Daily Mail”, o ex-arcebispo de Canterbury George Carey disse que o plano de Cameron para legalizar as uniões gays escondia uma "agressiva e secularista abordagem que ameaçava a ligação entre a Igreja e o Estado".
O artigo ecoa a preocupação generalizada entre alguns cristãos sobre a política e destaca também o desafio enfrentado por Cameron, cujos esforços para modernizar seu partido de centro-direita conservador antagonizam alguns eleitores tradicionais do partido.
"O perigo que eu acredito que o governo está cortejando com a sua abordagem, tanto para o casamento quanto para a liberdade religiosa, é a alienação de uma grande minoria de pessoas que apenas alguns anos atrás teriam sido consideradas pilares da sociedade", escreveu Carey no jornal britânico “Daily Mail”.
Os comentários de Carey vêm em um momento ruim para Cameron, que tenta conquistar eleitores com tendência conservadora com o endurecimento na política de imigração e com relação à União Europeia.
O ex-líder anglicano também condenou o que ele vê como a falta de apoio do governo para os cristãos que optam por usar uma cruz no trabalho, uma prática que foi modificada devido às regras de expressão religiosa no local de trabalho. Ele citou uma pesquisa realizada pela ComRes dizendo que mais de dois terços dos cristãos na Grã-Bretanha sentiram que eram uma "minoria perseguida" e que mais da metade que votou no partido de Cameron em 2010 não iria fazê-lo em 2015.
O porta-voz de Cameron rejeitou as acusações de Carey e elogiou o papel da Igreja na caridade e na educação, mas não abordou a questão do casamento gay. "Este governo apoia fortemente a fé e o cristianismo em particular, apoiando inclusive os direitos das pessoas que querem usar cruzes no trabalho e realizar orações nas reuniões do conselho", disse em comunicado. "O primeiro-ministro valoriza a profunda contribuição que o cristianismo tem feito e continua a fazer para o país", disse na declaração.
Carey foi arcebispo de Canterbury de 1991 a 2002. O atual arcebispo Justin Welby disse este mês que alguns relacionamentos homossexuais eram "impressionantes" na qualidade, mas ele também se opõe ao casamento gay. Como no resto da Europa, o número de frequentadores na igreja na Grã-Bretanha tem diminuído nas últimas décadas.
fonte: G1
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