Teve início nessa última segunda (7) o julgamento do reverendo Scott Lively num tribunal federal dos Estados Unidos. O réu é acusado de praticar crimes contra a humanidade por conta de seus sermões contra os homossexuais.
A principal acusação envolve uma pregação do reverendo em 2002 na Uganda. O MSU (Minorias Sexuais da Uganda), autores da ação contra Scott, afirmam que a fala do religioso é prova suficiente para uma condenação.
De acordo com o jornal "The New York Times", a acusação do MSU também tem como base a influência de Scott sobre um legislador do país no ano de 2009, para que fosse aprovada na Uganda uma lei que puniria com a pena de morta a prática homossexual.
O reverendo se defende. "Isso é ridículo. Eu nunca fiz nada em Uganda, exceto pregar o Evangelho e falar a minha opinião sobre a questão homossexual", diz Scott.
Vince Warren, ativista do Centro para os Direitos Constitucionais, escreveu num artigo no "Washington Post" no qual aponta Scott Lively como um dos principais líderes religiosos antigay do mundo.
"Desde 2002, ele tem trabalhado sistematicamente para despojar proteção dos direitos humanos de pessoas LGBT em Uganda e em outros lugares ao redor do mundo, para silenciá-los e tornar impossível para eles para organizar e defender seus direitos [...] A teologia do ódio, que culpa as pessoas LGBT em caso de catástrofes, naturais e artificiais, para a destruição da família e tudo mais, tem que parar", diz Vince em seu artigo.
Warren convocou outros ativistas gays para protestarem durante o julgamento. A pena prevista em lei, em caso de condenação do reverendo, ainda não foi estabelecida.
A Uganda é no momento um dos países que mais atacam a comunidade gay no mundo. A lei que visa a pena de morte e a prisão perpétua contra homossexuais continua em tramitação no parlamento. Religiosos do país aproveitaram o Ano Novo para pressionar os governantes para a aprovação do projeto.
fonte: A Capa
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