Declaração ocorre em meio a possível aprovação de lei que criminaliza prática.
O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, pediu nesta segunda-feira (17) o fim da violência contra os homossexuais em meio à eventual aprovação de uma controversa lei anti-gay no país.
Em seu primeiro pronunciamento público sobre a lei, Museveni disse que homossexuais não devem ser mortos ou perseguidos, mas afirmou que a homossexualidade não deveria ser 'promovida'.
A primeira versão da lei estipulava a pena de morte aos gays, mas o artigo acabou sendo retirado.
A homossexualidade é considerada ilegal em Uganda.
A repórter da BBC Catherine Byaruhanga disse que o governo sempre quis deixar claro que a lei foi introduzida por um parlamentar e que não fazia parte da 'política oficial' do país.
Segundo ela, Museveni não condenou nem apoiou abertamente a iniciativa.
Ministros alertaram os parlamentares que a aprovação da lei teria implicações nas relações exteriores do país.
O projeto foi amplamente criticado por países ocidentais, que sugeriram cortar a ajuda financeira a Uganda caso a iniciativa fosse adiante.
A porta-voz do Parlamento ugandense, Rebecaca Kadaga, disse que a lei seria aprovada como um 'presente de Natal' para os seus defensores.
Entretanto, o Parlamento está de recesso até janeiro e não deve votá-la por enquanto.
Aprovação
Se os congressistas do país aprovarem a lei, Museveni terá de sancioná-la antes de torná-la efetiva.
Alguns opositores disseram que a homossexualidade foi introduzida no país por 'colonizadores europeus'.
Entretanto, Musevani afirmou saber que reis e chefes tribais mantinham relacionamentos com pessoas do mesmo sexo, ainda que secretamente.
O presidente de Uganda acrescentou que havia mencionado ao embaixador americano no país que todas as manifestações sexuais não são feitas publicamente na África, contrariamente às sociedades ocidentais.
'Eu disse [ao representante americano] que eu sou casado há 39 anos, mas eu nunca a beijei em público ou na minha casa diante de meus filhos', disse Musevani durante uma cerimônia religiosa, segundo o jornal local 'New Vision'.
'Se eu fizesse isso, eu perderia as eleições e, vocês sabem, eu não aceitaria a ideia de perder as eleições', acrescentou.
Uganda é considerada um país extremamente conservador. Para muitos de seus habitantes, a homossexualidade contraria crenças culturais e religiosas.
Ativistas de direitos gays em Uganda afirmam que vivem com medo.
Em 2011, o ativista David Kato foi agredido até a morte, mas a polícia nega que o crime tenha tido relação com sua orientação sexual.
fonte: G1
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