A discriminação homofóbica atinge não apenas os gays, mas também os héteros no Brasil, revelou um estudo. Segundo pesquisadores do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a homofobia está ligada ao modo como as pessoas percebem as diferenças entre homens e mulheres. Independentemente da orientação sexual, são as roupas, os trejeitos e os estereótipos de masculino e feminino que suscitam o preconceito.
Com base na dissertação de mestrado de um de seus autores, Angelo Brandelli Costa, os pesquisadores compilaram uma série de artigos sobre homofobia no Brasil publicados entre 1973 e 2011. Os artigos foram selecionados em diversas bases de dados acadêmicas a partir de palavras-chave como "homofobia", "preconceito", "discriminação" e "Brasil". Dentre os que foram encontrados, os pesquisadores selecionaram somente aqueles baseados em estudos empíricos feitos no país.
Embora os trabalhos tivessem metodologias e bases diferentes, da análise dos artigos os pesquisadores puderam concluir que a homofobia - ou qualquer preconceito motivado pela fuga da heteronormatividade - é um fenômeno disseminado no país e se faz presente em vários contextos, como no ambiente escolar ou nas relações de trabalho.
Ainda de acordo com a pesquisa, a homofobia no Brasil tem forte vínculo com o sexismo (discriminação baseada no sexo ou gênero) e o preconceito contra o não conformismo às normas de gênero (mulheres que têm comportamento considerado masculinizado, por exemplo). Isso significa que homossexuais que tenham características consideradas compatíveis com seu sexo anatômico tendem a sofrer menos preconceito do que mulheres masculinizadas ou homens com trejeitos femininos. Por esse motivo, os pesquisadores acreditam que, para que sejam eficazes, as ações contra a homofobia devem ter como alvo também o sexismo.
fonte: MixBrasil
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