A decretação da prisão do militar que baleou o estudante Douglas Igor Marques, de 20 anos, após a parada gay, conforme antecipou a coluna do jornalista Ancelmo Gois, nesta quinta-feira, foi comemorada pelo jovem, mas também recebida com receio. Douglas, que já não sai mais à noite e mudou-se da casa da mãe, teme represália por parte dos militares. O juiz Murilo André Kieling, da 3ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, decidiu pela prisão preventiva do militar na segunda-feira (25). A ordem pública e a integridade das testemunhas estavam entre os motivos citados no processo. Douglas foi baleada horas depois de participar da parada gay de Copacabana, em novembro de 2010. O jovem homossexual foi abordado por três militares do Forte de Copacabana, foi xingado, agredido fisicamente e ferido a bala no Parque Garota de Ipanema, no Arpoador.
_ Fiquei feliz com a notícia, mas também com muito medo. Deixei minha casa para fugir de tudo e tentar esquecer o que aconteceu. A notícia de hoje me fez lembrar de tudo. Será que ele vai querer se vingar? - questionou o rapaz, exibindo a cicatriz do tiro que levou na barriga.
Douglas contou que após ser baleado ainda foi agredido pelo militar.
_ Ele me levantou pelo colarinho e me chutou. Fui socorrido por amigos que estavam na mesma praça _ contou o rapaz, que foi atendido e operado no Hospital Miguel Couto.
Segundo a polícia, o militar que fez o disparo alegou que manuseava a arma apenas para intimidar o jovem. O sargento foi indiciado por tentativa de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e sem possibilidade de defesa da vítima, com dolo eventual.
fonte: O Globo
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