Na apresentação desta segunda (22), fãs arremessavam cuecas no palco. 'Nosso show é mais divertido que o do Paul McCartney', provocou vocalista.
"Night work" (2010), terceiro álbum do Scissor Sisters, faz um passeio pela noite gay de Nova York com seus inferninhos, encontros às escuras, bebedeiras e personagens como strippers, garotos de programa e marinheiros em busca de diversão. Foi para esse universo que a banda quis transportar os fãs brasileiros em plena noite de segunda-feira (22), no Via Funchal, em São Paulo.
Formado em sua maioria por grupos de rapazes usando camiseta justinha, o público embarcou na viagem proposta pelos vocalistas Jake Shears e Ana Matronic, que atuavam como o "gogo boy" e a "hostess" da balada. Ela, ruiva chique em vestidinho acinturado e luvas de renda, agradecia a presença dos fãs se dizendo extasiada com o primeiro show no Brasil. Enquanto ele rebolava e exibia o dorso trabalhado na musculação, se livrando de peças do figurino até mostrar o bumbum ao final de 1h40 no palco.
"Arrasou", "adooooro" e "tudoooo" eram alguns dos gritos efusivos ouvidos na plateia a cada nova música escolhida para o repertório - um caldeirão que vai da disco music de Elton John ao synth pop oitentista do Duran Duran.
A empolgação atingiu seu nível máximo quando cuecas começaram a ser arremesadas no palco, numa versão homoerótica do famoso gesto de carinho das fãs de Wando.
Trabalhadores da noite
"Night work" abriu a apresentação com sua sirene de fábrica avisando que os trabalhadores da noite estavam chegando - 45 minutos atrasados para o horário de bater o cartão, às 22h. Em seguida veio "Laura", faixa do álbum que marcou a estreia do banda, em 2004.
Desse mesmo disco foi tocado "Take your mama", hit absoluto que sugere aos jovens que levem suas mães para uma noitada e façam-na tomar um porre de champagne barata. "Se a música não for boa, não será tão ruim/ Vamos cantar juntos de qualquer forma/Porque os dançarinos de New Orleans não se importam/se sua gorjeta for boa", canta Shears, ele, que antes da fama era "gogo boy" de boate em Nova York.
Mas foi mesmo "Night work", lançado em junho deste ano, a base da apresentação desta segunda-feira. A vigorosa "Invisible light" proporcionou um dos momentos mais fervidos do show, ao lado de "Fire with fire" e "Any wich way".
Nesta última, Shears pediu desculpas ao público por não conseguir atingir os agudos poderosos que o fizeram ser comparado aos Bee Gees. "Sinto muito, estou com um problema na minha voz hoje... Isso nunca aconteceu", lamentou.
Paul McCartney
Os Scissor Sisters sabiam que não eram as únicas estrelas internacionais a brilhar naquela noite paulistana. Não muito longe dali, no Estádio do Morumbi, Paul McCartney fazia a última apresentação da aclamada Up and Coming Tour no Brasil.
"Ele está tocando aqui hoje, nós sabemos. Mas nosso show é mais divertido que o do Paul McCartney", provocou Ana, para em seguida cantar a faixa que leva o nome do ex-beatle e está no segundo álbum da banda, "Ta-dah" (2006).
"Jake compôs essa música depois de um sonho que teve com o Paul McCartney. Vamos dedicar essa canção para ele", pediu a cantora.
Apesar de a ruiva falar mais com os fãs e esbanjar sensualidade em sua performance, é Shears a "diva" no palco e deixa isso bem claro. É de sua voz afinada - que transita por graves para os agudos em um mesmo refrão - que vem os principais hits do Scissor Sisters. Caso de "Filthy gorgeous" e "I don't feel like dancing", faixas que, não à toa, foram as escolhidas para o bis.
A cada solo de Ana, como na ótima balada "Skin this cats", Shears se junta às backing vocals no fundo do palco. Parece querer deixar a parceira ter seu momento, mas fica difícil com o cantor já sem a metade da roupa.
Mas a bela nem parece se importar. Dança congelando em poses como se estivesse em um editorial de moda, enfia parte do microfone na boca insinuando ato sexual, provoca os rapazes na plateia chamando-os de "minhas irmãs". Faz parte do show à parte da "irmã-tesoura" de Shears.
fonte: G1
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