sábado, 5 de junho de 2010

Gays lançam ofensiva contra Marina Silva e tentam politizar Parada Gay em ano eleitoral

Senadora se disse contra a união estável e ganhou a antipatia de entidades

A pré-candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, ganhou a antipatia de de entidades que representam a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) quando, na última terça-feira (1º), disse ser contra a união estável entre pessoas do mesmo sexo. O presidente da ABGLT (Associação Brasileira LGBT) disse que a posição da senadora foi uma “decepção” para as pessoas que lutam pela causa gay.

- A declaração não pegou bem na comunidade e posso falar por todas as organizações. Infelizmente ela não merece o voto de nem uma pessoa, familiar ou amigo LGBT. Isso é triste porque o Partido Verde sempre nos apoiou.

As declarações de Marina coincidem com a Parada Gay, que acontece neste domingo em São Paulo. O evento vai aproveitar o ano eleitoral para tentar politizar a luta do grupo e escolheu o tema “Vote contra a Homofobia, Defenda a Cidadania”. Os outros dois presidenciáveis José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), ao contrário da adversária, já se mostraram simpáticos à união estável.

Para o historiador e fundador do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott, as declarações colocam Marina Silva na “contramão da História”.

- Muitos países do mundo moderno aprovaram a união entre pessoas do mesmo sexo [...] Portugal acaba de aprovar. Então, ela é uma candidata que está na contramão da história.

Em texto divulgado em seu blog, Marina explicou as declarações que, também segundo sua assessoria, geraram “confusão”. Ela esclareceu que é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas que defende união civil de bens: “Entendo casamento como um sacramento”.

Como no Brasil o termo “casamento” remete ao matrimônio religioso, o movimento LGBT usa a expressão união estável, que se refere ao reconhecimento legal da união por parte do Estado, o que está previsto no Projeto de Lei 4.914.

A questão é delicada porque se trata de uma das principais bandeiras do movimento, ao lado da criminalização da homofobia e do registro de nome para travestis e transexuais. Reis disse que uma pauta de reivindicações da comunidade LGBT será entregue aos presidenciáveis.

Bandeiras homossexuais
Os líderes da luta LGBT concordam que o movimento conseguiu avanços significativos nos últimos anos, mas que ainda falta mais interesse político por parte da comunidade. Para Luiz Mott há certa alienação por parte da comunidade gay, o que diminui o número de políticos que defendam as bandeiras homossexuais.

- O Brasil tem maior parada gay do mundo, mas não conseguimos eleger candidatos que representem nosso movimento. Se 10 % da parada votasse em candidatos LGBT, conseguiríamos elegê-los. Falta consciência política.

A opinião é partilhada pela travesti Fernanda Benvenutty, que já foi candidata a vereadora pelo PT por duas vezes e este ano vai pleitear um cargo de deputada estadual pela Paraíba.

- Meus principais eleitores eram heterossexuais [...] Os homossexuais ainda não estão empenhados na discussão. Percebo que há certo desinteresse por política partidária, porque a gente consegue levar milhões para uma parada, mas não consegue eleger candidatos LGBT.

fonte: R7

2 comentários:

  1. Esta matéria do R7 é criminosa, assinada por uma estagiária, completamente mentirosa. Ela inventou uma "ofensiva" que não existe, contra a Marina Silva que disse exatamente o contrário: foi a única candidata que se posicionou abertamente a favor da união civil de pessoas de mesmo sexo. O que ela diz é que é contra o casamento no religioso. Nas palavras dela: http://www.minhamarina.org.br/blog/2010/06/marina-defende-uniao-civil-de-bens-entre-homossexuais/

    E as lideranças gays não estão lançando ofensiva nenhuma, apenas vão lutar pelo voto consciente e de defesa dos interesses dos gays.

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  2. Realmente, a única candidata que tomou uma posição clara sobre o assunto, ao contrário dos outros candidatos que só querem voto. Ela defendeu a união civil, perante a lei. Puro bom senso. Os demais candidatos querem só aparecer na voto e posar de bonzinhos. Pena que em 16 anos não tivemos praticamente avanço algum na questão.

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