Uma recomendação do Conselho Estadual de Educação do Rio Grande do Sul promete trazer alento aos travestis e transexuais que estudam ou pretendem ingressar nas escolas do Estado. O conselho propôs que os estabelecimentos públicos reconheçam travestis e transexuais pelos nomes adotados por eles em vez de utilizar os nomes de batismo.
A atitude é uma resposta à coordenação do Programa Conjunto das Nações Unidas Sobre HIV/Aids – Unaids Brasil, que reivindicava a inclusão do nome social de travestis e transexuais nos registros escolares (livro de chamada, caderneta escolar, histórico, certificados, diplomas, declarações e demais registros escolares dos estabelecimentos de ensino do Estado).
– O conselho pretende facilitar a inclusão dos estudantes que se sentem discriminados e contribuir para a superação de sentimentos sociais homofóbicos – explicou a presidente, Cecília Farias.
Ao saber da atitude do conselho, a presidente da Associação de Travestis e Transexuais do Estado, Marcelly Malta, comemorou:
– Conheço inúmeros casos de alunos que abandonaram os estudos por se sentirem constrangidos com a situação. Agora, esta recomendação já é uma conquista.
Há dois anos, o travesti Ester Delamare, 27 anos, enfrentou dificuldades de adaptação numa escola da Capital. Ao tentar concluir o Ensino Médio num curso supletivo, Ester pediu aos professores que lhe chamassem pelo nome social, mas ouviu a negação da maioria.
Também foi impedida de frequentar o banheiro feminino, e se sentia constrangida em usar o masculino. Resultado: a tentativa de concluir os estudos foi abandonada em seis meses:
– No ano passado, fiz um curso na Itália e lá eles me perguntaram por qual nome eu preferia ser chamada. E, justamente, no meu país, sou vítima de preconceito.
fonte: AthosGLS
Nenhum comentário:
Postar um comentário